Hospital Regional de Marabá realiza campanha de higienização das mãos para prevenir infecções 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada ano, 1,4 milhão de crianças morrem no mundo em decorrência de diarreia e pneumonia. Junto com gripe, virose, tuberculose, conjuntivite, micose e hepatite, essas doenças podem ser evitadas com uma medida simples: a higienização das mãos.

Para estimular o hábito em Marabá (PA), o Hospital Regional do Sudeste do Pará – Dr. Geraldo Veloso (HRSP), gerenciado pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, sob contrato com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), promove neste mês uma campanha de higienização das mãos. A primeira ação ocorreu nesta quinta-feira, 23/05, na recepção do Serviço de Apoio Diagnóstico e Terapêutico, quando houve um bate-papo voltado para os usuários ambulatoriais. Até o final do mês, o assunto será abordado também com os colaboradores da Unidade, pacientes internados, acompanhantes e visitantes.

Mesmo com a presença de vírus, fungos e bactérias em toda parte, infelizmente, muitas pessoas ainda não têm o hábito de higienizar as mãos no Brasil. De acordo com uma pesquisa feita pelo Ibope Inteligência em parceria com a Worldwide Independent Network of Market Research (WIN), um em cada quatro brasileiros não lava as mãos com sabonete automaticamente após ir ao banheiro.

“Nossas mãos sempre estão em contato com áreas contaminadas, como barras no transporte público e maçanetas de portas. Várias doenças poderiam ser evitadas se as pessoas fizessem da prática da lavagem das mãos com água e sabão uma rotina na sua vida. É muito importante lavar as mãos após usar o banheiro, espirrar, tossir, manusear o lixo, visitar pessoas em hospitais e, principalmente, temos que fazer a higienização das mãos e do celular sempre, pois estudos apontam que celulares podem carregar mais de 20 mil fungos e bactérias”, explicou Érika Ferreira, enfermeira do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do Hospital Regional de Marabá.

Ambiente hospitalar
De acordo com o Ministério da Saúde, a taxa de infecções hospitalares atinge cerca de 14% das internações no Brasil. A maior parte delas é provocada microrganismos presentes no pacientes, nos leitos ou nas mãos dos profissionais de saúde e dos acompanhantes. É por isso que a adesão à prática da higiene das mãos também deve ser estimulada dentro dos estabelecimentos de saúde, não apenas em casa.

No Hospital Regional de Marabá, a cada dois meses, o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar realiza treinamentos com as equipes assistencial e administrativa. O objetivo é disseminar a cultura da higienização das mãos para prevenir e controlar Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), visando a segurança do paciente e dos profissionais da Unidade. As orientações se baseiam em normas internacionais e no Programa Nacional de Segurança do Paciente, criado pelo Ministério da Saúde.

Na Unidade de Terapia Intensiva Adulto, o HRSP também implantou o “Pit Stop da Higiene das Mãos” e a orientação diária aos visitantes. A primeira estratégia envolve os colaboradores, que são convocados para lavar as mãos a cada uma hora, independente dos outros momentos cruciais preconizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Já a segunda é direcionada aos visitantes e acontece enquanto estão se preparando para entrar na UTI. No corredor, eles são orientados pela equipe sobre os riscos assistenciais, o uso de equipamentos de proteção individual e a importância da higienização das mãos para o restabelecimento da saúde do paciente.

Projeto colaborativo
O combate à infecção hospitalar no HRSP também ganhou reforço com a participação da Unidade no projeto “Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil”, promovido pelo Ministério da Saúde com o apoio técnico do Institute for Healthcare Improvement, organização norte-americana de qualidade da assistência.

A iniciativa tem o objetivo de, até 2020, reduzir em 50% os casos de IRAS nas UTIs dos 119 hospitais participantes, utilizando as medidas já adotadas por hospitais de excelência no Brasil: Hospital Alemão Osvaldo Cruz (SP); Hospital Beneficência Portuguesa (SP); Hospital do Coração (SP); Hospital Israelita Albert Einstein (SP); Hospital Sírio Libanês (SP) e o Hospital Moinhos de Vento (RS).

Ao longo do projeto, que tem duração de três anos, o Hospital Regional do Sudeste do Pará vem sendo acompanhado pelo Hospital Moinhos de Vento. No Pará, somente dois hospitais públicos participam do projeto: o Hospital Regional do Sudeste e o Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém, ambos gerenciados pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, sob contrato com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).